Resumen:
Pensando os ambientes digitais como espaços públicos virtuais de diálogos e disputas para a produção da hegemonia e obtenção do consenso, o artigo problematiza o conceito gramsciano de “sociedade civil” à luz do ecossistema existencial contemporâneo que Muniz Sodré (2002, 2014) define como “midiatização generalizada” ou “bios virtual”, questionando a existência de mecanismos que possibilitem a atuação de organizações da sociedade civil nestes espaços para a mediação política entre cidadãos e o Estado na busca por formas mais humanas de se viver. Em seguida, pensando a comunicação como organização do comum, propomos uma reflexão sobre as cidades como espaços privilegiados de negociação de sentidos partilháveis e a centralidade da mobilidade urbana na configuração dos modos como nos comunicamos na cidade e com a cidade. Na esteira deste raciocínio, argumentamos que melhorias em questões relativas à circulação de pessoas e aos sistemas de transportes podem contribuir para a humanização dos centros urbanos. Por último, investigamos como o aplicativo MUDAMOS tem atuado nos espaços públicos virtuais para a mediação do processo de construção de projetos de lei de iniciativa popular sobre mobilidade urbana que visam restituir a noção de cidade como um bem comum em João Pessoa, Paraíba, Brasil.